Hoje é celebrada santa Maria Micaela, que resgatou muitas mulheres da prostituição

15 de jun de 2024 às 00:15

A Igreja celebra hoje (15) santa Maria Micaela do Santíssimo Sacramento, religiosa espanhola, fundadora da Congregação feminina “Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade”.

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem” (Sl 126)

Santa Maria Micaela tinha um lema de vida que pediu para colocar em cada uma das casas da Congregação: “Minha Providência e sua fé manterão a casa de pé”. Com isso, a madre queria que as suas filhas sempre fossem conscientes da necessária colaboração entre a graça de Deus e o esforço humano, para que as pequenas e grandes batalhas da vida fossem travadas de maneira cristã.

Santa Maria Micaela conhecia muito bem essas lutas espirituais, já que dedicou a sua vida, com abnegado espírito apostólico, a resgatar as mulheres das garras da prostituição.

Missão: a dignidade da mulher

Santa Maria Micaela nasceu em Madri, Espanha, em 1809, no seio de uma família aristocrática. Seu nome completo, muito longo, por sinal, era María de la Soledad Micaela Agustina Antonia Bibiana Desmaissières y López de Dicastillo, Viscondessa de Jorbalán.

Apesar de sua condição social, desde pequena teve que enfrentar grandes dificuldades e dores: seus pais morreram inesperadamente, sua irmãzinha enlouqueceu e sua outra irmã foi exilada da Espanha por motivos políticos.

Por alguns anos, Maria Micaela teve que acompanhar seu irmão mais velho enquanto ele servia como embaixador em Paris e depois em Bruxelas. Ela costumava levantar cedo todos os dias para não deixar de cumprir suas práticas de piedade, ir à missa e depois ter tempo suficiente para obras de caridade entre os pobres e doentes.

A partir do meio-dia, Maria Micaela mudava completamente de atividade e se comportava como deveria ser a irmã de um embaixador. Costumava frequentar banquetes diplomáticos e outras atividades protocolares. Nelas exibia o mesmo sorriso e gentileza com que começava o dia, pois para ela tudo tinha que ser feito com caridade.

Ao voltar a Madri, Maria Micaela visitou o hospital São João de Deus acompanhada por Maria Ignacia Rico. No hospital, ela se deparou com uma dura realidade: o hospital estava cheio de prostitutas que sofriam de varíola e outras doenças terríveis.

Maria Micaela ficou impressionada com aquela condição horrível e cruel que essas mulheres sofriam. Não só estavam abandonadas, violadas em sua dignidade e rejeitadas socialmente, mas também eram vítimas da doença.

“Todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40)

Ela e Inácia conseguiram uma casinha para abrigar aquelas mulheres, a maioria delas muito jovens, e assim passaram a protegê-las, salvá-las do meretrício e resgatá-las em sua dignidade humana e cristã. Tal tipo de ajuda – impensável para muitos – gerou fofocas e mal-entendidos por parte da alta sociedade espanhola e, embora possa parecer absurdo, também por parte do clero.

A condenação social de Maria Micaela traduziu-se numa rejeição aberta, mesmo por parte dos seus amigos mais próximos. A santa, então, decidiu deixar a casa da família, que ficava num bairro elegante, e ir morar ao lado daqueles a quem havia decidido servir como Cristo aos homens.

“Minha Providência e sua fé manterão a casa de pé” (Santa Maria Micaela)

Santa Maria Micaela era uma mulher de profunda oração, sensível aos movimentos do Espírito Santo e muito obediente. Nenhuma dessas coisas foi fácil para ela, mas seu desejo de “manter a casa de pé” era grande. Teve diferentes e bons diretores espirituais, embora, provavelmente, quem melhor soube acompanhá-la em seu caminho espiritual tenha sido santo Antônio Maria Claret.

Muitas histórias falam do zelo que a impulsionava no cuidado das almas. Um dia, por exemplo, ela foi a um bordel decidida a resgatar uma garota que estava lá obrigada. Maria Micaela foi insultada e espancada, atiraram-lhe pedras e agrediram-na com gestos obscenos.

Nada conseguiu fazê-la mudar de ideia. Maria Micaela tirou a menina, abrindo caminho entre os atacantes.

Fundação

Em outra ocasião, a rainha da Espanha a procurou para pedir conselhos. A santa veio solícita para oferecer sua ajuda. Algum tempo depois, em agradecimento, a rainha a apoiou em seu projeto mais ambicioso: a fundação da comunidade das Irmãs Adoradoras do Santíssimo Sacramento – uma congregação cujos membros se dedicam à adoração de Jesus na Eucaristia e à assistência a mulheres em risco ou vítimas de abuso.

Ao encontro do Senhor

Madre Maria Micaela ajudou pessoas doentes durante anos sem ser infectada, mesmo quando a peste do tifo negro assolou Madri. Infelizmente, em 1865, durante uma viagem para ajudar os pacientes de cóler em Valência, ela contraiu a doença mortal.

Ela morreu em 24 de agosto daquele ano e foi canonizada em 1934.

Redação central

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